A descoberta da verdadeira felicidade interior
Estamos no ano de 2019, Salvador é um jovem adulto, formado em direito e trabalha num consultório de advogados. Como todos os recém-licenciados a iniciar-se no mundo do trabalho está radiante com a oportunidade, cheio de motivação e de projetos, trabalhando diariamente horas a fio para satisfazer o seu recém cliente e para ganhar a confiança e o reconhecimento dos seus colegas.
Salvador vive sozinho num quarteirão na bela vila de Sintra, e, como tal, a sua vida baseada no trabalho acaba por se tornar a sua única ocupação, o seu único objetivo e o seu refúgio.
Exatamente neste ano é despoletada uma pandemia na cidade chinesa de Wuhan que mais tarde acaba por atingir o seu país, levando ao seu fechamento generalizado com forma de contornar o exorbitante número de contágios e, sucessivamente, o número de mortos.
Salvador, vê-se confiado na sua casa e vê o seu trabalho reduzido, para umas meras horas diárias. No meio deste isolamento forçado, Salvador entra em ansiedade por não estar habituado a estar parado e nem tanto tempo em casa.
Este confinamento, obriga-o a estar consigo mesmo 24h por dia, a parar e a questionar-se. A questionar-se da sua vida solitária, só de trabalho, sem convívio familiar nem social, sem tempo para fazer exercício, sem tempo para descontrair e sem tempo para simplesmente estar.
Numa caminhada pelo quarteirão da sua zona de residência, Salvador descobre, pela primeira vez, a beleza da natureza, sendo absorvido pela beleza do momento de apreciar o que o rodeia, o que de mais simples e puro existe no mundo. Neste preciso momento, ele reconhece que a verdadeira felicidade interior está nos pequenos momentos do dia a dia.
Salvador redescobre, assim, que é no equilíbrio das várias componentes da vida que estão a magia e a verdadeira felicidade interior.
Com gratidão,
Cátia Santos
* Esta pequena história foi criada para o desafio do Minicurso da Semana da Escrita da Analita Alves dos Santos.